Muito além de agregar sabor e aroma a diversas preparações, o alho é também considerado um alimento funcional devido suas ações exercidas em benefício da saúde, sendo elas: antimicrobiana, antioxidante, anti-inflamatória, desintoxicante e hipotensora.
Para obter os compostos organossulfurados, responsáveis pelos principais benefícios do alho, faz-se necessária a maceração ou trituração do alho a frio, ou seja, sem exposição ao calor, pois o processamento térmico faz com que a alicina, uma das principais substâncias geradas pela maceração do bulbo do alho, e diversos outros componentes, sejam perdidos.
Os derivados sulfurosos do alho inibem enzimas responsáveis pela produção de eicosanoides (moléculas derivadas de ácidos graxos com ação pró-inflamatória) e óxido nítrico (uma espécie de gás solúvel), além disso, esses derivados aumentam a atividade de antioxidantes, como a glutationa, responsável pela preservação da integridade celular contra radicais livres, pela detoxificação de potenciais substâncias cancerígenas e pela regulação da síntese de DNA.
Algumas evidências recentes demonstram que o alho apresenta, também, a ação antifúngica no combate às espécies Candida, como Candida albicans, causadora da candidíase, além do efeito antibacteriano.
Em se tratando de saúde cardiovascular, os componentes do alho também auxiliam na redução da pressão arterial, devido à propriedade hipotensora obtida da produção de sulfeto de alicina e conteúdo da alicina. Esses componentes inibem angiotensina II, peptídeo que promove vasoconstrição, dilatando os vasos e reduzindo a pressão sanguínea.
Há estudos experimentais em animais e cultura de células que relacionam os componentes organossulfurados do alho com a resistência do organismo contra potenciais substâncias cancerígenas. Efeito que pode ser explicado pela capacidade desses compostos de inibir a citocromo P450 (proteína responsável pela ativação de agentes tóxicos) de estimular a síntese de glutationa e citocromos que transformam agentes tóxicos em substâncias menos reativas, e, por fim, de regular a proliferação celular (Pinto e Rivlin 2001).